Andarilho

Cheguei até aqui
Porque o vento me trouxe
A brisa impeliu
A chuva forçou
A noite acenou.
Eu vim
Por todos os motivos
Por falta dos mesmos
Aqui estou.
Dou-me o direito, no entanto,
De quedar-me ao meu cansaço
Dar uma trégua na andança
Parar um pouco nesta hora
Alguns minutos, segundos talvez
Dou-me o direito agora.
De olhar para trás, o caminho vencido
Pois nele não mais andarei
Na minha frente uma encruzilhada
Para onde vou, ainda não sei.
Do descuido do uso
Encontro a bússola despedaçada.
Sem direção eu paro
E peço licença
Na rua da minha vida
Vou me assentar na calçada.

Léia Batista

Comentários

poeta_silente disse…
"Dou-me o direito de falar, agora," que gostaria de ver mais poesias tuas aqui!
Uma andarilha maravihosa, que vem nos brindar com suas poesias de uma profundidade ímpar!
Parabéns, amiga.
bjinhos
Miriam
Léia disse…
Miriam querida,

O teu desejo é o meu desejo: ver as tuas preciosidades aqui postadas.
A inspiração nada mais é do que o coração falando aos ouvidos os segredos da alma.Ouça-os apenas!

Beijo!
Léia
enraizados somos irremediavelmente mais fortes...
antonior disse…
Olá, Léia!

A propósito dos caminhos da vida, quantas vezes me foi mostrado que o Destino orienta quem o aceita e arrasta quem o recusa. Ficarás sentada na calçada enquanto for isso o que precisas fazer...

Gostei dos teus poemas, muito. Em boa companhia está a sensível Míriam :-)

Beijos
poeta_silente disse…
Oi!
Em virtude de comentários anônimos feitos aqui, em Inglês, que direcionam para links obscuros, eu habilitei a confirmação por letras, para que, num tempo pequeno, possamos vencer estes obstáculos próprios da net.
Conto com a colaboração de todos os que aqui, tão gentilmente, postam seus comentários.
Beijos
Miriam
Fran Rebelatto disse…
também peço licença para aqui dividir minhas palavras sobre tuas poesias, aqui estou e aqui me emocionei, parabéns pelas palavras bem ditas, pelo sentimento bem registrado...Beijos