O Ato

Estes olhos que descortinam o mundo
Trazem à cena os mais distintos atos
Eu na platéia inerte.
Sorrio e aplaudo, em momentos,
Noutros comovo-me aos prantos
No meu discernimento parco.

O contraste da beleza que arquiteta a vida
Põe-se assim tão dissonante
Quando a fome e a miséria gritam em tom urgente:
Saciem o meu corpo, que a minha alma é perene,
E a dor só é sentida
Quando em nós se faz presente.

No embate dos meus dias em que busco a aclaração.
Vejo a falta do que me sobra
Sinto a dor que não é minha
Grito então em desatino ao meu ser abastado:
Por quê?
Num mundo tão desigual sou espectador privilegiado

Levanta-te! Vem a resposta altiva.
O muito que foi dado, não foi um presente em vão,
Suba agora no palco da vida e atue.
Faça feliz aos tristes e amenize a dor dos abandonados.
Pois se ao nascer foste agraciado, então rico serás!
Porém ao perecer estarás pobre se a ti não tiver doado.

Léia Batista

Comentários

poeta_silente disse…
Lindo, amiga!
Estamos, juntas, on line no Blog.
Profundo este teu post.
Bjkinhas
Miriam
Léia disse…
Oi amiga,
Te agradeço, no entanto sinto falta dos teus escritos aqui.
Traga-os de volta, precisamos mesclar os sentimentos.

Beijo!!!
Léia
Nilson Barcelli disse…
Léia, este seu poema é muito bem.
Está bem escrito e toca a quem o lê.
Parabéns.
Beijos e bom fim-de-semana.
Anônimo disse…
...como dizia Shakespeare...todo o mundo é um palco e o argumento que eternamente corre nas suas várias vertentes é a vida...nós as peças que se movem ao sabor de um qualquer dramaturgo...

Belíssimo!

Um beijo da Teia.
Nilson Barcelli disse…
Li de novo e ainda gostei mais.
Estou encantado com as suas palavras.
Um beijo.
antonior disse…
Olá, Léia!

Um aplauso emocionado, sem mais, porque as palavras não são precisas.

Beijinho