Vamos rir um pouco?

Crônica publicada no Diário Popular - dia 15 de fevereiro de 2007. Página 24. LITERÁRIA
De autoria de Roberto G. dos Anjos.
Ri muito lendo esta crônica. Mas ri tanto, que não pude reler para meu filho. Quando chegava na parte engraçada, me punha a rir e as lágrimas não permitiam que eu enxergasse as letras. Deixo aos caros internautas blogueiros a missão de ler e, se conseguirem..., não rir da pequena história.

O exterminador do presente

Essa é do tempo em que eu exercia a funçao de caixa executivo do Banco do Brasil. Embora tivéssemos uma carga de trabalho muito grande, havia mais contato com o público, o que tornava a relação banco-cliente mais humana do que hoje, quando a máquina domina os espaços de atendimento, obrigando-nos, muitas vezes, a falar sozinho, ao reclamar das mensagens de recusa que ela emite.
Numa tarde, logo após o meio-dia, o público era pequeno. Estávamos somente dois caixas: eu e o Neomar César. Chegou um cliente e entregou-me títulos e guias de impostos para pagar. Enquanto eu os processava, ele começou a nos contar o que acabara de acontecer com uma vizinha.
Ela contratara dois rapazes para pintar a sua casa. Os trabalhos já transcorriam há alguns dias, com a normalidade do "raspa, lixa, pinta, limpa".
Naquele meio-dia, feita a habitual interrupção para o almoço, passado o soninho restaurador, a hora do reinício se aproximava.
Em conversa com um dos pintores (aquela história sobre onde nascera, se tinha estudo, se era casado...) ela contou que sua casa vivia infestada por baratas. Nenhum tipo de baraticidas era capaz de eliminá-las: fórmulas caseiras, produtos industrializados, nada resolvia. Parecia que elas brotavam do chão!
O rapaz explicou-lhe que realmente elas brotavam do chão, já que saiam do esgoto, tanto da própria casa quanto da rua, mas garantiu que ele sabia como solucionar o problema. Pediu-lhe dinheiro para comprar um litro de gasolina.
"Agora, é só despejar um pouco em cada ponto da rede e tacar fogo. Num instante não restará sequer uma delas viva", falara, com entusiasmo.
Dito e feito. Combustível derramado, fósforo aceso e foi um estrondo só! As que não morreram de calor, morreram de susto.
Enquanto isto, outro pintor, despreocupado, estava no banheiro, dando aquela leitura básica no Diário. De repente, sem saber o que se passava, ouviu um inexplicável e assustador ruído, ao mesmo tempo em que sentiu um vácuo a lhe puxar as entranhas.
Instintivamente, jogou o jornal para o alto e saiu do banheiro a gritar, apavorado: " Socorro, socorro, é um atentado!" Ainda estávamos muito próximos do período militar e os linguajares e temores da época eram latentes.
A proprietária da casa, aturdida e assustada, ficou pasma ao ver passar aquela bizarra figura, calça arriada, a correr e gritar em direção à porta da rua.
Mas o pior ainda não vira.
A sua calçada, ah, a sua linda calçada, toda de ladrilhos hidráulicos, perfeitamente conservada, orgulho do finado marido, se transformara num amontoado de cascotes, aterro e sujeira.
Não sei como terminou a história. Não sei quem pagou o conserto nem se os trabalhadores continuaram sua tarefa.
Afinal, quem nos contou, acabara de testemunhar o ocorrido.

by Miriam, ainda rindo muito da história. Parabéns ao autor.

Comentários

Anônimo disse…
Amiga ... esta é uma história de (...) banheiro!

Perdoa, tive de me rir ...

Bjs daqui
Mel
Anônimo disse…
:)

Nem conto!
( A minha filha acaba de perguntar porque estou a rir!!!!)
Sem muito tempo agora para escrever mas...
Não resisto.

Consegue imaginar?! Pois!
Não faz falta saber o final... a melhor parte, está toda ai!

Beijos,
Nilson Barcelli disse…
Ri-me imenso, porque também me fez recordar um episódio idêntico vivido na minha empresa.
Um funcionário da manutenção despejava óleos usados e gasóleo na casa de banho. Um dia um utilizador mais demorado resolveu fumar e quando atirou o fósforo ainda a arder para baixo... o resto é idêntico à hsitória que nos conta.
Nota: antigamente, as sanitas não tinham sifão, e a comunicação era directa para o depósito... chamavam-se turcas...
Bom fim-de-semana.
Beijos.
DE-PROPOSITO disse…
Olá. Uma história baseada em experiências da vida. A gasolina sendo um liquido altamente inflamável, não se deve pegar fogo em circunstâncias nenhumas. Tudo isto devia ser ensinado nas escolas. Afinal de contas é aí, quase, que começa a nossa aprendizagem para a vida.
Fica bem.
Um beijinho para ti.
Manuel
Kalinka disse…
A vida é só uma…breve ou longa, é uma incógnita!
Na minha imagem mostro uma espécie de relógio que significa o «tempo», e ele é muito importante em todas as vidas. Perseguir e alcançar a felicidade é o sonho humano mais desejado, pois todos temos direito a um quinhão de felicidade. Partilha comigo esta busca, perseguindo também a Felicidade.
Lamento não poder visitar este lindo espaço - blog durante a semana, mas, a promessa de cá vir ao fim de semana mantenho-a.

Beijokas.

ADORO LER-TE. Parabéns.
mariabesuga disse…
Pois de resultado final parecido, e tal como comenta o Nilson Barcelli, conheço uma história assim mas tem a ver com mania de limpeza da mulher que desinfectava os sanitários com álcool. O marido vai usar de seguida, descansadinho, fumando seu cigarro de que deita o resto para a sanita, e resultado... esse aí. Igualzinho. Talvez com menores consequências.

Ocorre-me entretanto uma pergunta: -Porque só rimos, ou tanto rimos, do que de mau acontece aos outros?!...

De qualquer forma...
Rir faz bem!
... é urgente!
... é preciso!
Ri, nem que seja só para Ti.

Beijinho
Anônimo disse…
Miriam...
So agora li! :)
Belas as palavras que me deixas,sempre!
E, vi agora mesmo o link...para o 'horizonte'! :)

Tenho de ir ali ao lado, às tuas noites de Verão.
Palavras sábias? São o que sinto ao passar.
Deixamos sempre um pouco de nós.
O meu saber...
Vamos crescendo, sempre!
Há quem pare...
Obrigada pelo carinho.
Um abraço,
Bjs,
Maria José
Kalinka disse…
De encontrões vive também o Carnaval de Cabanas de Viriato,
onde a «dança dos cus» mantém viva
uma tradição nascida em 1865.

E, uma foto da minha Catarina, vestida de palhacito.
Convido-te para espreitares a minha «palhacita»!

BOM CARNAVAL.
Daniel Aladiah disse…
Cuidado com o amigo americano das baratas :))))
Um beijo
Daniel
Páginas Soltas disse…
Apesar da hora....foi um momento de boa disposição!

Bem hajas por me fazeres rir assim!

Beijo da
Maria
Nilson Barcelli disse…
Cadé mais posts...?
Bom fim-de-semana.
Beijos.
Páginas Soltas disse…
Acabei de vir do seu outro " espaço!...e esperava encontrar outra história como só você sabe escrever!

Voltarei em breve...

Beijinhos da
Maria
sagher disse…
bonito e poético. sempre nos surpreendem na vida. obrigado
Nilson Barcelli disse…
Passei por aqui, mas não novos posts...
Deixo-te um beijo imenso.
Anônimo disse…
Ótimo.... rs

é a 1° visita q lhe faço, mas prometo voltarei... gostei dos tratos e das poesias... ;)


bjo grande
Realmente é de não para de ir,pobre coitada que ficou paralisada.

Um abraço.
Kalinka disse…
AMIGA
tenho estado a apreciar o «eclipse total» da Lua, está LINDA.

Esta noite,
antes de nos recolhermos, façamos uma pequena prece para que DEUS nos dê a força que precisamos para aceitar as pessoas como elas são, e ajudar a todos, a compreender aqueles que são diferentes de nós.
Há um milagre chamado AMIZADE, que mora em nosso coração.
Amigos são como jóias raras.
Fazem-nos sorrir e nos encorajam para o sucesso; também nos emprestam um ouvido, compartilham uma palavra de incentivo.
Esta é a minha homenagem aos Amigos

Bom fim de semana.
Beijitos.
antonior disse…
Olá, Miriam!

Realmente é de rir, mas a solução bombástica para as baratas foi um pouco arriscada. Talvez o rapaz procurasse também o aspecto lúdico da pirotecnia. Imaginemos que as condutas do esgoto estavam debilitadas, que já eram velhas?! Então seria um caso para chorar. Ou para rir mais dependendo da sensibilidade de quem olha para a situação. Mas, felizmente, foi um episódio para rir. e rir faz bem ao coração e à Alma!!!!!!!!!! :-)

Beijinhos
Unknown disse…
Belíssima história!
Que bom rir um pouco, mesmo à custa dos outros!!!

Beijinhos
Kalinka disse…
AMIGA:
HOJE, um beijo especial para ti...MULHER.
Anônimo disse…
Ter amigos por perto nesta data tornará meu dia completo.
Folhas secas de um Outono feliz da vida.
i disse…
Essa é realmente demais!